Brasília, DF ... [ASN] “Minha vida espiritual mudou totalmente.
Eu antes até tinha uma boa vida na igreja, mas aquela experiência foi
marcante”. A afirmação é do jovem Gildevan Rodrigues, 30 anos, participante do
Missão Calebe e que se envolveu ativamente, em 2011, ao lado de vários outros
jovens, na preparação de 55 batismos durante a campanha que ele e outros
realizaram na cidade de Itatitinga, no Ceará. Para o missionário, a sensação de
ajudar na coordenação de um projeto de evangelismo local e ver resultados
através de batismos são aspectos que o fizeram crescer espiritualmente. O rapaz
explica que cooperou com o pastor na visitação de pessoas que tinham dúvidas
sobre temas da Bíblia ou precisam ser aconselhadas quanto a essa decisão. Para
se engajar mais na missão, ele deixou emprego em uma empresa e passou a
trabalhar por conta. Assim tinha mais tempo para ser útil na obra
evangelística. Gildevan Rodrigues ilustra algo que, estatisticamente, começa a
se tornar realidade na vida de grande parte dos pouco mais de dois milhões de
membros adventistas sul-americanos. Há uma percepção de que aumenta o número de
envolvidos com a missão de pregar o evangelho e cujo desfecho é, em grande
parte das vezes, a decisão pública se manifestar ao lado de Jesus Cristo e os
ensinos bíblicos. Segundo o balanço anual da Divisão Sul-Americana da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, o número de batismos cresceu 6,6% na relação entre
2011 e 2010. O ano passado fechou com 223.378 batismos contabilizados no
Equador, Bolívia, Peru, Chile, Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil.
Para o secretário da organização adventista em
oito países sul-americanos, pastor Magdiel Pérez, os dados são absolutamente
consistentes, pois o sistema de secretaria das igrejas está informatizado e os
registros podem ser feitos online por membros que atuam como secretários nas
congregações locais. Além disso, só é considerada a inclusão de um novo membro
no sistema depois de uma confirmação por parte da associação ou missão
correspondente, quando essa recebe a ficha batismal preenchida. “Em nossa
avaliação, esse crescimento é bem sustentável, pois percebemos que o foco da
maioria da igreja está em divulgar a mensagem de salvação. Estamos preocupados
mais com a vida espiritual dos membros e isso está se refletindo no trabalho
missionário e nos resultados”, comenta. Na comparação histórica desde 1987, foi
um dos cinco anos com maior crescimento.
Na avaliação do coordenador de evangelismo
sul-americano, pastor Luís Gonçalves, que realiza dezenas de campanhas evangelísticas
anualmente em vários países, duas palavras sintetizam esses números: qualidade
e quantidade. “Queremos batizar, porém batizar bem”, afirma. Gonçalves vê uma
consciência mais evangelística dos adventistas ao longo dos anos. O pastor
Everon Donato é diretor da área de Ministério Pessoal, responsável por
incentivar os adventistas sul-americanos a terem um compromisso pessoal com a
missão. Em sua análise, ele acredita que esse crescimento se deve a três
fatores: o programa de motivação chega mais perto das igrejas locais, há uma
maior mobilização dos membros e existe uma clareza de estratégias.
Para o pastor Erton Köhler, líder
sul-americano dos adventistas, essas estatísticas mostram que os batismos
precisam ser fruto de um trabalho integral dos membros. Não se trata apenas de
batizar pessoas e aumentar registros, mas de criar meios eficazes para
mantê-las ativas e motivadas nas igrejas ajudando a multiplicar o evangelho.
“Esse é o crescimento verdadeiro”, avalia.
O crescimento adventista sul-americano tem
sido consistente e harmônico. Além de aumento de batismos, os resultados
administrativos e financeiros também têm sido satisfatórios apesar de fatores
adversos globais como crise econômica. “Nossas instituições têm colaborado de
maneira plena para a evangelização e, ao mesmo tempo, trabalham com solidez
mantendo uma ampla rede educacional, de saúde e projetos sociais. Aplicamos os
nossos recursos no trabalho direto de divulgação dos princípios bíblicos”,
comenta o pastor Marlon Lopes, diretor financeiro da Igreja Adventista do
Sétimo Dia para oito países sul-americanos.
Destaques
regionais – Ao
observar os dados regionais, é possível destacar números expressivos em lugares
como o Paraguai. Na relação entre 2011 e 2010, o número de batismos subiu
39,4%. A realização da série de evangelismo via satélite e pela web A Grande
Esperança, em novembro de 2011, certamente ajudou no resultado final da região
chamada de União Sudeste Brasileira que compreende os estados do Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Nesses três estados brasileiros, o
crescimento de batismos ficou em 12,6%. Na maioria das 15 uniões adventistas
(que são regiões administrativas criadas para facilitar a coordenação dos
trabalhos nas igrejas locais), houve aumento da quantidade de batismos. [Equipe
ASN, Felipe Lemos]
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