terça-feira, 22 de abril de 2014

O PODER DA GRAÇA



Mas ide, dizei a Seus discípulos e a Pedro, que Ele vai adiante de vós para a Galileia. Lá O vereis, como Ele vos disse. Marcos 16:7


Pedro vira Jesus muitas outras vezes antes, em diferentes circunstâncias. Ele O tinha visto Se levantar e acalmar a tempestade com uma única palavra. Ele próprio fora resgatado quando afundava nas águas da noite tempestuosa. Pedro tinha visto Jesus estender as mãos e, com um toque, curar leprosos. Pedro testemunhara a cena em que Jesus tinha ressuscitado um morto, enterrado havia quatro dias. Estivera com Jesus no monte da transfiguração e vira Sua glória. Havia pessoalmente visto Jesus submetendo e expulsando demônios. Mas nada disso o havia convertido.


Agora, em imenso contraste, Aquele que repreendera os ventos, curara leprosos, ressuscitara mortos e fora glorificado no monte está ali, à sua frente, sozinho, sofrendo o abuso dos homens, acusado e desprezado. Na providência divina, o cantar de um galo chama a atenção de Pedro para Cristo, e os olhares se cruzam. Jesus tentara antes chamar a atenção de Pedro para conduzi-lo a uma compreensão realista de si, de sua autossuficiência e arrogância. Mas a tentativa não surtira qualquer efeito. Agora, é o olhar de Jesus que o toca e comove. Não há nenhuma repreensão ou acusação naquele olhar. Isso faz o que nada tivera poder de realizar. Esse é o poder inexplicável da graça. Mais bela e poderosa do qualquer outro recurso, a graça nos constrange, subjuga, persuade e transforma.


Certamente o olhar de Cristo alcançara Pedro, mas ele tinha que ser restaurado diante dos outros do grupo. Pedro ainda sente-se curvado sob um enorme fardo de vergonha e remorso. As mulheres vão ao sepulcro. "Ele não está aqui", diz um anjo (Mc 16:6). No verso seguinte, Pedro é nominalmente mencionado. Jesus queria encontrar-Se com ele. Como você acha que Pedro teria se sentido ao ouvir isso? Jesus, o líder extraordinário, estava erguendo Seu discípulo. Em 1 Coríntios 15:4 e 5, Paulo sugere que, antes de Jesus aparecer a qualquer outro, Ele teve uma audiência a sós com Pedro. Na privacidade desse encontro, Pedro teve a oportunidade de dobrar-se perante Cristo e pedir perdão por todos os anos de cegueira. E lá, só eles dois, Jesus restaura Pedro completamente. "Pedro, Eu o perdoo. Eu havia orado por você. Agora, vá e testemunhe de Mim."


Esse perdão e também esse desafio são colocados diante de nós hoje.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

O PODER DE SUA RESSURREIÇÃO - PARTE 2


Para O conhecer, e o poder da Sua ressurreição, e a comunhão dos Seus sofrimentos, conformando-me com Ele na Sua morte. Filipenses 3:10


Grandes homens podem nos ensinar a morrer com dignidade, mas apenas Jesus Cristo nos ensina a morrer com esperança. A morte morreu naquela sexta-feira quando Ele pendeu a cabeça. O atestado de óbito da morte foi emitido, no domingo, quando Ele partiu seus grilhões. Afinal, o coro de milhões de vozes entoará um cântico que encherá o Universo com uma nota de desafio: "Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" (1Co 15:55). Tragada para sempre terá sido a morte pela vitória.


A ressurreição de Cristo, como vimos ontem, é central, o fundamento da esperança cristã. Mais ainda, ela é confortadora; os que dormem nEle não estão esquecidos pelo Senhor. Além disso, a ressurreição constitui um desafio. Ela nos deixa com a tarefa de "contar a história". Essa foi a primeira missão das mulheres que ouviram da ressurreição. Esse magnífico evento deve criar em nós o desejo de partilhar com os outros o seu poder, que subverte os poderes da morte. Em nossos encontros, em geral, falamos de tudo: economia, esportes, clima, pratos prediletos, entre outras coisas. De alguma forma, contudo, permitimos que o mundo nos convença de que religião é algo de caráter "privado", e deveríamos silenciar em relação a ela. Mas Deus colocou no DNA humano a busca de significado, o desejo de uma conexão com o transcendente. A certeza de que Cristo ressuscitou deve operar em nós uma ressurreição similar, trazendo nova esperança e novo poder.


Finalmente, as boas-novas da ressurreição significam poder. Tal poder levou a igreja primitiva a sair de seu esconderijo, abandonando o medo e a perplexidade. Como afirma o texto de hoje, Paulo passou a viver no poder da ressurreição. Jesus havia voltado da morte. Para nós, como para aqueles primeiros cristãos, há poder para viver com confiança. Existe algo no que esperar, em que nossa busca por permanência, afinal, é satisfeita plenamente, em meio ao caos da presente era. Assim como todos morremos no primeiro Adão, os que O recebem vivem no Segundo Adão. Aleluia, glória ao Cordeiro que foi morto e vive! Há poder para vivermos livres das dúvidas, do medo e das forças que nos oprimem. O poder da ressurreição representa libertação, certeza da vida eterna, triunfo sobre a solidão.

domingo, 20 de abril de 2014

EX-TRAFICANTE FALA DO PODER DA ORAÇÃO INTERCESSORA


Brasília, DF … [ASN] Ao ser apresentado na Igreja Adventista do Guará, no Distrito Federal, a história do motorista Antônio de Souza Filho, 40 anos, surpreende a congregação. Afinal de contas, não é todo dia que se testemunha uma prova viva de oração intercessora como a desse homem, casado, pai de três filhos, e que mora em São Paulo. Por 18 anos, sua mãe orou por sua conversão e, segundo ele mesmo diz, aos olhos humanos era improvável que ele, Tonico, como é mais conhecido, sobrevivesse em meio a uma vida absorvido por drogas, criminalidade e distanciamento de Deus. O ex-traficante e assaltante falou de sua conversão durante o primeiro dia de uma semana especial apresentada pelo consultor Fernando Lux nessa congregação no sábado, 19, à tarde. O programa de mensagens bíblicas e testemunhos vai até o dia 26, mas a reportagem da ASN (Agência Adventista Sul-Americana de Notícias) conseguiu conversar com Tonico rapidamente enquanto ele era levado de volta ao aeroporto para retornar à capital paulista logo após ter dado seu testemunho.

ASN – Sabemos que sua história é bastante longa, mas como foi sua infância, adolescência e juventude?

Tonico – Eu nasci em 1974 em Minas Gerais, mas fui criado em São Paulo capital no Jardim Ângela, o berço da criminalidade. Minha infância foi um tanto sofrida. Fui criado em um berço espírita e meu pai, por ser macumbeiro, achava que o que ele fazia era o certo de nos levar para os centros. Às vezes, eu me embebedava e fui criado ali naquele berço de destruição. Minha mãe era católica e meu pai espírita, então a gente ia nos dois lados. E de repente, um dia, alguém falou para o meu pai sobre Jesus, alguém chamou meu pai e disse que ele tinha de mudar os comportamentos se quisesse ser feliz e próspero. E o meu pai aceitou um estudo bíblico e ele se converteu e, ele se convertendo, levou minha mãe que levou meus irmãos. Mas eu não quis nada com a igreja. Eu muito rebelde, muitas vezes achando despachos de macumba em encruzilhadas, eu me prostrava diante aquilo e comia o frango e bebia as pingas (bebida alcoólica colocada geralmente nessas oferendas) que eu encontrava. Tudo aquilo eu achava que era o certo, que era uma força maior que dominava. Fui crescendo em meio a tudo aquilo e de repente um dia comecei a experimentar drogas. De drogas leves fui indo às pesadas a ponto de que, aos 14 anos, ter sobrevivido a duas overdoses de cocaína. E a vida era assim.. não via perspectiva de um homem próspero e de futuro. Na vida eu só via derrota.

ASN – E você acabou levando você à criminalidade precocemente. Fale um pouco disso e como você se libertou?

Tonico – Fazia parte de uma quadrilha de 80 homens, moleque, ainda novo, participei de vários assaltos, muitas vezes envolvido em muitas mortes mesmo. Muitas famílias sofrendo devido a tudo aquilo. De repente de usuário de drogas eu virei traficante, tinha algumas “bocas” (controlava alguns pontos de vendas de drogas), andava todo arrogante, prepotente, cheio de ouro no pescoço e nos braços, achava que era o dono da razão. E ali, muitas vezes, a Polícia querendo matar. Minha cara passou na televisão, muitas vezes, como procurado. Mas só que nesse meio tempo minha família tinha conhecido a Igreja Adventista e minha mãe e meu pai se empenhavam muito, junto com meus irmãos, em orar por mim. Eu faço parte de uma família de sete irmãos, cinco homens e duas mulheres. Então eles orando muito por mim, pedindo para Deus ter misericórdia. E Deus começou a fazer alguns livramentos a ponto de eu ter tomado tiro e não ter morrido. Alguns acidentes, muita perseguição a ponto de eu ter ido parado em um presídio.

ASN – E depois?

Tonico – Parei em um presídio pequeno, do presídio pequeno fui parar no Carandiru no Pavilhão 9 (foi uma das maiores penitenciárias da América Latina onde ocorreu um massacre de 111 presidiários, em 1999, e Tonico estava ali e foi um dos sobreviventes) e do Pavilhão 9 fui para o Presídio de Segurança Máxima Presidente Venceslau no interior de São Paulo. Ali não tem perspectiva de fugir. Passei coisas piores lá dentro a ponto de guerrear com outros inimigos, mas Deus já estava com o plano Dele traçado para minha vida. Já não era plano de Deus eu morrer sem salvação. E a minha mãe com meus irmãos perseverando na oração. E de repente ali minha mãe me ofereceu uma Bíblia, eu aceitei e eu li essa Bíblia toda em meses, mas não entendia nada porque lia de qualquer jeito. Mas, na segunda vez, minha mãe me instruiu a orar a Deus, a pedir a Deus para me dar uma oportunidade. E eu passei a ler a Bíblia toda de novo; eu li a Bíblia em 1 ano e 7 meses e ali eu comecei a ver que Deus estava mudando meus comportamentos. Porque eu já não usava mais drogas, já tinha parado de usar drogas, já não gostava mais de confusão e era mais reservado. E em um determinado dia, quando eu terminei de ler a Bíblia, eram 6 horas da manhã, quando o guarda abriu a cela ele me falou que minha liberdade tinha chegado. A minha pena estava chegando a 360 anos, então eu não tinha perspectiva de sair antes dos 30 anos (tempo máximo para cumprimento de pena no Brasil). Eu fiquei somente oito anos preso.

Todo mundo pergunta para mim: “como você veio embora?”. Eu digo: “vai perguntar para Deus”, pois eu não tenho explicação para isso não sei explicar como eu saí daquele lugar. Se quiser saber a resposta é se converter a Deus e ver o que Ele faz. Hoje eu estou oito anos dentro da Igreja, a vida transformada, a família transformada, feliz, hoje eu não vivo com luxo, sou um assalariado, mas Deus cada dia me dá minha porção, vivo à base de lutas, mas eu sei o Deus que eu sirvo hoje, que é o Deus da vitória. Pois o deus da derrota ficou para trás. Ele é derrotado desde o início, vai ser até o fim, mas não desiste.

Sou fruto da oração intercessora, durante 18 anos minha mãe orou por mim e intercedeu junto a Deus por mim. Eles prenderam meu corpo, mas não sepultaram minha alma. Cercaram meus passos, mas não corromperam meus sonhos; eles foram apressados em apontar meus erros, mas nunca imaginaram que um dia eu teria êxito; eu sofri, mas a dor me fez crescer. [Equipe ASN, Felipe Lemos]

O PODER DE SUA RESSURREIÇÃO - PARTE 1



E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. 1 Coríntios 15:17


Na penumbra que conduzia à sepultura, as mulheres que iam visitá-Lo, no domingo cedo, provavelmente se apegavam a uma tênue esperança. Um perfume distante de lírio, mirra e aloés enchia o ar. Os lençóis que O haviam envolvido estavam marcados por manchas escuras de sangue. Do interior, contudo, vinha uma torrente de luz, como um sol que nasceu para nunca mais se pôr. "Ele não está aqui." As palavras do anjo ecoaram como a voz de mil trombetas. Jesus voltara da morte. "Meu Senhor, que manhã!", diz o hino negro spiritual.


A ressurreição de Jesus é a mais estupenda antecipação da fé. Não mais sofrimento nem derrota. Não mais separação. Nossas palavras são incapazes de capturar esse momento. John Masefield conta a história de uma mulher viúva que presenciou a execução de seu filho. Tudo o que lhe resta então é orar. E sua oração centraliza-se na esperança da vida eterna: "Preciso de repouso [...]. Repouso das coisas quebradas. Coisas tão partidas para serem consertadas." Apenas o Deus da ressurreição é adequado para as coisas partidas que desafiam consertos. Abraçar a ressurreição de Jesus é crer na presença de uma realidade maior que a vida, capaz de iluminar o presente e o futuro.


A respeito da ressurreição, os cristãos creem em quatro verdades revolucionárias. Duas delas serão consideradas a seguir. As outras duas serão vistas no texto de amanhã. Primeiramente, ela é central, como afirma Paulo (1Co 15:16-19). Sem ela, tudo seria escuridão e morte. O desespero teria a palavra final, e nossa pregação seria loucura. Foi a ressurreição que projetou a igreja e levou o Novo Testamento a ser escrito. Ela confere credenciais à pregação. Confere poder para realizarmos obras de amor e compaixão 
em nome de Cristo. Se não cremos nela, não somos Seus discípulos.


Em segundo lugar, a ressurreição é confortadora. Sem ela, na presença da morte, não veríamos significado em nada. O apóstolo Paulo afirma que Jesus é "as primícias dos que dormem" (1Co 15:20). Ele é o penhor da vida para todos os que adormeceram nEle. Esta é nossa confiança e nossa certeza, nossa fortaleza e refúgio. Ao depositar nossos queridos, amigos e parentes na sepultura, ainda podemos cantar. As palavras de Cristo ressoam em meio à dramática realidade: "Porque Eu vivo, vós também vivereis" (Jo 14:19). Porque Ele vive, a morte não é o ponto final.

sábado, 19 de abril de 2014

SEU LUGAR JUNTO À CRUZ



E obrigaram a Simão Cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-Lhe a cruz. Marcos 15:21


Os dias de Sua popularidade estavam no passado. Depois da ceia naquela quinta-feira, Jesus começa a sentir a intensidade e o peso do pecado, como substituto do homem culpado. No Getsêmani, Ele antecipa os horrores da segunda morte. Grossas gotas de sangue brotam dos poros, em resultado da extrema angústia. Sua convulsão é testemunhada apenas pelo silêncio das velhas oliveiras. Sua hora chegou! Preso, é submetido a cinco julgamentos irregulares, sob acusações ridículas. A essa altura, Jesus já deveria estar em estado crítico: sem alimento, água, em pé por muitas horas, esbofeteado, açoitado, coroado de espinhos. Finalmente, colocam sobre Ele a cruz (Jo 19:17), pelo menos a haste horizontal (patibulum), com um peso que podia variar de 15 a 30 quilos. Isso se prova muito para ele.
A caminho do Calvário, grandemente enfraquecido, a pele e os músculos dos ombros dilacerados, Jesus cai. A multidão O aperta.

Nenhuma fisionomia amiga. Os discípulos haviam fugido. Deus abandonado por Deus! Um homem que passa, talvez parando por curiosidade para ver a causa da comoção, é subjugado por mãos rudes e obrigado a tomar a cruz. Qual teria sido a reação inicial de Simão? Seu olhar se cruza com o olhar do Condenado. Simão observa melhor Seu semblante pálido, hematomas nos olhos, lábios inchados, fios de sangue ressecado marcando Sua face. No Homem, há algo que prende sua atenção. Ellen White sugere que Jesus nunca parecera tão belo, com a dignidade de um rei no trono.


Simão ligou-se ao drama do Universo no momento em que as portas do Céu se fecharam, impedindo que os anjos interviessem em missão de socorro. Quem era o homem ao lado de Cristo? Um judeu da diáspora, um prosélito que fora a Jerusalém para a Páscoa, como tantos outros (At 2:10)? Qual a impressão final do Calvário sobre ele, que inicialmente era apenas um curioso? Certamente o Espírito Santo lhe iluminou a alma. Seu testemunho alcançou depois a família. Por que haveria Marcos de mencionar seus filhos, Alexandre e Rufo, não fossem eles conhecidos na igreja de Roma, como indicado em Romanos 16:13? A história de Simão é representativa. Ela é um convite para nossa identificação com a cruz. Depois disso, nunca mais seremos os mesmos.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

BARRABÁS



Naquela ocasião, tinham eles um preso muito conhecido, chamado Barrabás. Mateus 27:16


Os quatro evangelhos fazem referência a Barrabás, uma figura misteriosa que surge em conexão com o julgamento de Cristo. A tradição a seu respeito é reticente. Prisioneiro, ele aguardava a execução. Desejando libertar Jesus, talvez influenciado pela mensagem de sua esposa, Pilatos sugere uma escolha entre os dois: Jesus ou Barrabás? Ele é colhido por uma estarrecedora surpresa: "Solte-nos Barrabás", grita a multidão.


Qual é a razão para uma escolha como essa? Os líderes religiosos daquele tempo sabiam que poderiam prender Barrabás novamente, quando necessário. Mas como poderiam silenciar alguém como Jesus Cristo? Como parar um Homem que, sem qualquer arma, representava um perigo revolucionário capaz de subverter o judaísmo e todo o Império Romano? O que fariam com Alguém cujas armas eram Suas novas ideias sobre Deus e as pessoas, capazes de explodir as velhas categorias religiosas? Barrabás poderia explorar seus conterrâneos, mas ele não ameaçava governar a vida de ninguém. Por outro lado, Jesus apresentou um reino que governa de dentro para fora. Sem imposição, conduz a uma lealdade superior à vida e à morte.


Naquela tarde da Páscoa, três ladrões, talvez do mesmo grupo, deveriam ser crucificados: Dimas, Gestas e Barrabás. Barrabás é liberto no último instante, e Jesus é crucificado em seu lugar. Aqui nós temos a mais perfeita ilustração do princípio da substituição. A história de Barrabás é a história da salvação por meio da morte de Jesus Cristo. Seu nome, "Bar Abba", significa "filho do pai". Como ele, todos nós, filhos do pai Adão, somos culpados de rebelião e sedição contra Deus, ladrões de Sua glória, assassinos de nós próprios e de outros, prisioneiros do pecado. Barrabás, no corredor da morte, apenas aguardava a execução. Ele deve ter olhado para as palmas de suas mãos, imaginando como seria a dor dos cravos rasgando a carne, dilacerando a cartilagem e os ossos. Ouviu então o sinistro barulho da chave abrindo a pesada porta de ferro. Ouviu os passos dos guardas. "Chegou minha hora", pensou. Sua cabeça estava pesada e confusa.

Parecia até ouvir seu nome gritado por enorme multidão. Ainda não sabia exatamente o que estava acontecendo. Abismado, ouviu que estava livre: "Pode ir para casa."


Isso é substituição: Jesus tomou nosso lugar. Ele foi feito pecado para que sejamos feitos justiça de Deus.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

O INCOMPARÁVEL JESUS CRISTO



E toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. Filipenses 2:11


O impacto de Jesus sobre a história e a vida de homens e mulheres é inigualável. Muitos governantes, líderes militares, políticos, gênios, artistas, filósofos e teólogos vieram e se foram. Alguns entraram para a história. Mas todos eles estão soterrados nas areias do tempo. Apenas Cristo permanece tão atual como o jornal que vai sair amanhã. Sua pessoa inspirou milhares de livros e músicas. Seu lugar entre todos os nomes é insuperável.


James Allan Francis escreveu uma belíssima página sobre Jesus Cristo, com o título "Uma Vida Solitária":


"Ele nasceu numa vila obscura, filho de uma camponesa. Cresceu em outra vila, onde trabalhou numa carpintaria até os 30 anos. Então, por três anos, foi um pregador itinerante. Nunca escreveu um livro. Nunca assumiu qualquer posição. Nunca teve uma família ou possuiu uma casa. Ele não cursou uma faculdade. Nunca visitou uma cidade grande. Nunca viajou mais de 350 quilômetros além do lugar onde nascera. Não fez qualquer uma daquelas coisas que normalmente associamos com grandeza. Tinha apenas 33 anos quando a maré da opinião pública se ergueu contra Ele. Seus amigos O abandonaram. Foi entregue aos inimigos e suportou o escárnio de um julgamento injusto. Foi pregado numa cruz entre dois ladrões. Enquanto morria, Seus executores disputavam Seu manto, Sua única propriedade. Depois de morto, foi colocado em um túmulo emprestado pela piedade de um amigo.


"Dezenove séculos vieram e se foram. Hoje Ele permanece como o personagem central da humanidade, o líder de todo avanço humano. Todos os exércitos que já marcharam, todos os navios que já navegaram, todos os parlamentos que já se reuniram, todos os reis que já reinaram, colocados juntos, não tiveram sobre a vida dos homens neste planeta o impacto que teve essa única vida solitária."


De muitas maneiras, Seus inimigos têm tentado transformá-Lo em um mito e descaracterizar Sua identidade exclusiva. Filmes e canções irreverentes, produtos da ficção humana, surgem de tempos em tempos. Nisso eles não ficam muito longe dos Seus inimigos clássicos: Anás, Caifás, o Sinédrio, Herodes, Pilatos, fariseus e saduceus. Mas Jesus permanece e tem a última palavra sobre a vida e a morte. Seja hoje uma testemunha dEle, onde você estiver.

terça-feira, 15 de abril de 2014

O QUE TE FALTA?



Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta. Marcos 10:21


Essa é a narrativa do jovem que vai a Jesus e diz: "Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?" (Mc 10:17). "Por que me chamas bom?" (v. 18). Essa é a resposta de Cristo, buscando desarmá-lo e forçá-lo a pensar. "Em que sentido Eu lhe pareço bom?" Então Ele leva o rapaz a extrair uma resposta dos próprios recursos. O jovem conhecia os mandamentos e os guardava desde a infância, mas isso não lhe dera nenhuma segurança espiritual, o que sugere um problema em sua religião.


Não há qualquer razão para pensar que ele fosse um hipócrita ou arrogante. Jesus aceita sua sinceridade e nada diz em contrário à sua afirmação. O moço tinha buscado viver pelas regras, contudo sentia-se vazio e, mais que isso, fora do círculo da vida eterna, alienado de Deus. Ser bom guardador da lei não fora suficiente. Ele sentia que havia algo mais a ser experimentado, mas não sabia precisamente o que era. Para muitos, a vida cristã é uma questão de alvos e a realização deles. Algo que deve ser vivido de acordo com algumas metas. Esse jovem havia alcançado seus alvos. "Que farei?" Ele pensa que conhece o método. Para ele, salvação é uma questão de "fazer". Aí reside o problema.


O texto de hoje, diz que Jesus olhou para o jovem e "o amou". Seu coração se enterneceu. Esse moço não era uma fraude. Era sincero, e Jesus buscou libertá-lo das algemas, dizendo: "Só uma coisa te falta." Então, segue uma sequência de cinco imperativos: "Vai, vende [...], dá [...]; vem e segue-Me" (v. 21). O terceiro e quarto imperativos são separados por uma promessa: "E terás um tesouro no Céu." Jesus intencionou que esse fosse o momento da grande libertação. "Vem e segue-Me": aí está a ênfase e a resposta de sua busca. Jesus buscou satisfazer a necessidade mais profunda, libertá-lo da vida mesquinha e das garras do poder que o fazia viver numa concha. Havia, no centro da existência, um ídolo que necessitava ser desalojado. "Ele, contrariado com essa palavra, retirou-se triste" (v. 22).


O que ele queria? Um "remédio doce"? E você, querido irmão ou irmã, o que lhe parece difícil deixar para ser um verdadeiro discípulo de Cristo? Provavelmente, aí está seu ídolo. O chamado para romper com nossas idolatrias deve ser visto como um ato libertador. Lembre-se: por Jesus, realmente não deixamos nada que, afinal, não seja para nosso bem permanente.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

TITANIC



Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição. 1 Tessalonicenses 5:3


Completa-se hoje 102 anos do naufrágio do Titanic, o colosso dos mares. Por muito tempo, creu-se que aquela noite era a mais improvável para o desastre. O mar "estava como um gramado" calmo, as estrelas mais brilhantes do que nunca. Investigações recentes, contudo, têm argumentado que aquelas aparências eram enganadoras. Vários fatores se combinaram para a tragédia. O frio e a clareza do céu refletido no espelho das águas criaram uma miragem que tornou quase impossível que se percebesse o perigo.


Aliada a esses fatores, encontramos a arrogância da autoconfiança. Essa é a única explicação do motivo pelo qual o Titanic, que recebeu diversas advertências pelo telégrafo quanto à presença de icebergs, não alterou sua rota. Informado do perigo, o capitão Smith optou por manter a mesma direção e velocidade, confiante de que o navio estava acima de qualquer ameaça.


Quando o grito "iceberg logo à frente" soou, uma manobra foi feita para desviar o Titanic, mas já era muito tarde. Aproximadamente às 23h45, aconteceu a colisão. O gelo abriu um rombo no casco do navio, e a água passou a jorrar para dentro dos compartimentos.
Foi apenas quando a água gelada começou a invadir as cabines e os salões de jogos que a irreversibilidade da situação ficou evidente. Engenheiros calculam que, uma hora após o choque, mais de 25 mil toneladas de água tenham inundado o Titanic. Por volta de 1h30 da madrugada, a proa estava totalmente submersa. A popa inclinou-se num ângulo de 45 graus, e o peso da estrutura fez a embarcação rachar-se entre a terceira e a quarta chaminés. Os passageiros nos barcos lançados ao mar testemunharam horrorizados o navio descer para o mergulho sem retorno, engolido pelas águas escuras e gélidas do Atlântico Norte. Às 2h20, o gelado Atlântico silenciou as vozes e gritos de 1.500 pessoas que tiveram, então, seu destino selado. O Titanic, a pérola da White Star Line, o gigante de 269 metros de comprimento e 46 mil toneladas, obra-prima de 7,5 milhões de dólares, um tributo à engenharia náutica, tido como insubmersível pelos especialistas, não concluiu sua primeira viagem. Tal tragédia lembra-nos do perigo de se confiar nas aparências.

domingo, 13 de abril de 2014

HINÁRIO ADVENTISTA COMPLETA 100 ANOS



O ano de 2014 marca o centenário da edição brasileira do Hinário Adventista. Tudo começou de forma muito simples. Em 1914, Guilherme Stein Jr., educador, erudito, publisher, edita uma brochura com 104 hinos, ampliada cinco anos mais tarde para 321, todos sem música.

O título era longo: Cantae ao Senhor – Psalmos e Hymnos para Cultos e Solemnidades Religiosas. A publicação foi da Sociedade Internacional de Tratados, precursora da Casa Publicadora Brasileira (CPB), cuja sede era na Estação de São Bernardo (atual Santo André, SP), em propriedade que ficou conhecida por anos como “Chácara dos Alemães”. Desde então, o material teve mais três edições no Brasil: “Himnario Adventista” (1933), o primeiro com música; “Cantai ao Senhor” (1963); e o “Hinário Adventista do Sétimo Dia”, (1996), o bisneto da edição pioneira.

Para homenagear o hinário centenário, o 20º Encontro de Músicos dedicou uma noite para refletir sobre o papel, importância e perspectiva do hinário no louvor congregacional. O evento aconteceu de 14 a 18 de janeiro, no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho, SP.

O pré-lançamento do atual hinário aconteceu durante a Comissão Diretiva da Divisão Sul-Americana de fim de ano, em dezembro de 1995. Na ocasião, cantou-se o hino “Vencendo Vem Jesus” (no. 152), o tradicional “Glória, Glória, Aleluia”. Representando os integrantes da Comissão Revisora do Hinário, o maestro José Newton da Silva Júnior, atual diretor do MusiCasa, regeu o público e o compositor Lineu Soares, acompanhou ao piano. Em sua fase final, a comissão funcionou com Rubens Lessa, presidente, Tércio Sarli, vice-presidente, Leni Azevedo (secretária) e mais 13 componentes.

Segundo José Newton, a “caixa com o novo hinário chegara à reunião momentos antes. Ao pegar o primeiro exemplar, eu fiquei emocionado. Tudo cheirava novo”, disse. Semanas depois, o hino “Tu És Fiel, Senhor” (no. 35) foi cantado na CPB, inaugurando assim, a nova fase de cultos com o novo lançamento.
Tudo em Alemão

No Brasil, os cultos adventistas a partir do fim da década de 1890 e início do século XX se desenvolviam em colônias rurais alemãs, no sul do país, Espírito Santo e São Paulo. Os hinos eram cantados em alemão, usando-se o volumoso “Zions Lieder”, hinário com 945 hinos, em sua primeira edição. Isto trazia alguns problemas. Primeiro, o repertório era inspirado em versificações métricas de Calvino e melodias corais do tempo da Reforma de Lutero. Embora Guilherme Stein Jr. traduzisse alguns hinos para o português[1] , todavia, o material não respondia mais às necessidades da comunidade adventista que crescia por todo o país.

Segundo, doutrinas distintivas como o sábado, santuário celestial e a iminente volta de Cristo demandavam por hinos mais focados nestes temas. Por esta época, circulavam no Brasil vários hinários protestantes: “Salmos e Hinos”[2] , de 1861, o primeiro hinário evangélico com 18 salmos e 32 hinos; e o “Cantor Cristão”, de 1891, contendo 18 hinos.

Estes hinários usados por “empréstimo” tinham ênfase apenas na teologia do “amor de Deus”, penitência e confissão de pecados, dos movimentos reavivamentistas da segunda metade do século XIX. Em contrapartida, já o hinário “Hinos e Salmos”, segundo análise feita por Mendonça (1995, p. 223)[3] , relata que o “tema da ressurreição ocupava um espaço relativamente pequeno, cerca de dez cânticos. [Além disso], nota-se, um extremo individualismo nos cânticos, escritos quase sempre na primeira pessoa do singular”.
Solução

Na América do Norte, para superar estes desafios, pioneiros do Movimento Adventista começaram a escrever e adaptar hinos com ênfase na verdade presente: Saúde, as Mensagens Angélicas, o Sábado e o Segundo Advento. Com base nesta visão doutrinária distintiva, em 1849, Tiago White publica “Hymns for God’s Peculiar People That Keep the Commandments of God and The Faith of Jesus” (Hinos para o Povo Peculiar de Deus que Guarda os Mandamentos de Deus e a Fé de Jesus). Embora a música destes hinos derivasse de melodias protestantes, todavia, o conteúdo poético era notadamente doutrinário.

Até 1863, Tiago White editou mais cinco hinários e quatro suplementos, todos sem música, com participação de sua irmã, Anna White, cuja contribuição foi compilar Hymns for the Youth and Children, (Hinos para Jovens e Crianças), em 1854. No Simpósio sobre Música Adventista promovida pelo Centro White (Brasil), em 2005, Warren Judd citou em palestra que outros dois irmãos, “Uriah Smith e Annie Smith, escreveram e cantaram músicas evangélicas, todavia, as letras se referiam ao Advento e as doutrinas únicas”. Ele também citou que James Nix relatou que “alguns desses hinos tiveram que ter textos alterados para se ajustar às novas crenças da Igreja Adventista” .
Deus à Frente

A manifestação de louvor entre os Adventistas do Sétimo Dia é fruto da certeza de que Deus está à frente de Sua Igreja. A expressão “vamos cantar um hino”, tão comum nas reuniões da igreja, deve ser fruto de uma convicção pessoal, oferecida pelo Espírito Santo, de que Deus sempre teve um “povo remanescente”. A ideia de remanescente não deve ser vista por um exclusivismo institucional, mas, pelo exclusivismo da aliança feita por Deus, que através da ressurreição de Jesus Cristo, somos regenerados para uma viva esperança. E Cristo fez mais. A primeira carta de Pedro diz que os eleitos receberam uma “herança, incorruptível, sem mácula, imarcescível, pela qual estão guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação”. E o apóstolo Pedro conclui: “Nisso vocês devem exultar”. (I Pedro 1: 3-6).

A eleição em Cristo e o convite para pertencer ao “povo exclusivo de Deus” (I Pedro 2: 8), deve fazer a Igreja, no centenário do Hinário Adventista, louvar em duas cadências: primeiro, viver em santidade e amor, afim de “proclamar as virtudes dAquele que nos chamou das trevas para a maravilhosa luz” (I Pedro 1: 13-25; 2: 1-17), certeza alcançada pelo ministério intercessório de Cristo no Santuário Celestial (Hebreus 4: 14-16; 10: 19-25); e segundo, esperar, apressar e aguardar a vinda de Cristo, visto que, a nossa “Pátria não é aqui” (Filipenses 3: 20-21), pois, “aguardamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (II Pedro 3: 13). Nisto consiste o nosso cantar!

Historicamente, além de conteúdo, os hinários adventistas têm uma distinção: a marca da esperança. Toda formação de um hinário passa evidentemente por um processo de seleção, escolha, viés cultural para viabilizar intencionalidades, ideologias e modo de pensar. Isto está fartamente documentado em estudos acadêmicos. Não só Calvino, Lutero, Watts, Wesley, metrificaram salmos, vernacularizaram corais, popularizaram hinos; e mais tarde, Sankey, Bliss, Crosby, adaptaram letras às melodias folclóricas, mas nesta trajetória histórica, Deus conduziu os pioneiros adventistas como os Whites, Annie R. Smith (1831–1855), Roswell F. Cottrell (1814–1892) e Frank E. Belden (1858–1945) [5] a adaptarem o material hinológico e a organizarem hinários para que os Adventistas cantassem enquanto aguardam a volta de Cristo.
No Brasil, isto aconteceu em 1933, quando, pela primeira vez, publicou-se o Hinário Adventista com música, com 333 hinos, organizados em 24 seções e índices em alemão e inglês. A Revista Adventista publicou o preço: 12$000. E, completou: “será excelente companheiro para vossa Bíblia”. Em 1943 uma nova edição surgiu e ampliou os hinos para 350. Ao iniciar-se a década de 1960, a Igreja Adventista clamava por um novo hinário. Novos hinários não podiam ser publicados, porque, como a produção era tipográfica, todos os tipos estavam gastos. Após o trabalho de uma comissão especial, no 1º. sábado de 1963, o hinário “Cantai ao Senhor” foi usado pela primeira vez nos cultos das Igrejas de Santo André, SP, e na Igreja do IAE, (hoje Unasp, campus São Paulo).

Por detrás da história do Hinário Adventista existe a história de um povo, de uma igreja, de pessoas que são movidas pela esperança. Nos momentos de tristeza, nos funerais e nas unções, o hinário é aberto para confortar corações. Nas apresentações de crianças, nos cultos de 15 anos, nas celebrações, o hinário é aberto para louvar a Deus. Nos cultos de adoração, nos batismos, nos evangelismos, nos pequenos grupos, o hinário é aberto para expressar a voz daqueles que caminham com os olhos fitos nos céus. Escreve Ellen White: “Até aqui nos ajudou o Senhor. Confiai na proteção de Deus. Sua Igreja débil e defeituosa como possa ser, é ela o objeto de Seu supremo cuidado” [6].

É certo que um hinário tem vida útil, devido à necessidade de se atualizar linguagens (musical, poética, estilística), o que deve acontecer em algum momento com o atual Hinário Adventista, mas, também é certo que sem hinários a vida cristã se perde em queixumes. Não importa se projetados em multimídia, adaptados para celulares, tabletes ou disponíveis no formato para download, faça do hinário sua motivação para louvar a Deus por todos os benefícios espirituais recebidos.

[1] O pesquisador e musicólogo Jetro de Oliveira ao escrever para Centro de Memória Adventista, do Centro Ellen White (Brasil), afirma que a partir de 1900, Guilherme Stein Jr, o primeiro adventista batizado no Brasil, traduziu para o português 10 a 15 hinos. Nesta ocasião, ele atuava como redator da iniciante Casa Publicadora Brasileira. Em 1910, há o registro de que circulava pelas igrejas, uma coletânea com 70 hinos, sem música.

[2] “Salmos e Hinos”, editado por Robert Reid Kalley e sua esposa Sarah Pou Hon Kalley, foi o primeiro hinário protestante que circulou no Brasil. Ele era médico, nascido na Escócia em 8 de setembro de 1809. Converteu-se ao protestantismo e estudou teologia. Em novembro de 1837 iniciou seu trabalho missionário na China. Em uma passagem pelos EUA em 1853 Dr. Robert, por intermédio da Sociedade Bíblica Americana, tomou conhecimento da necessidade de missionários o Brasil. Tendo desenvolvido atividades missionárias na Ilha da Madeira e dominando a língua, Kalley embarcou para o Brasil com a sua segunda esposa, Sarah Kalley (1825-1907), em 1855.

[3] MENDONÇA, Antonio G. O Celeste Porvir: Inserção do Protestantismo no Brasil. São Paulo: Aste, 1995. p. 223.

[4] JUDD, Warren. D. A Brief History of SDA Church Music. Manuscrito da palestra proferida em 8 de novembro de 2005, durante Simpósio sobre Música Adventista. Arquivo Centro White. Engenheiro Coelho, SP, p. 7.

[5] SPALDING, Arthur W. “Origin & History of Seventh-day Adventists”, R & H Publishing Association, 1962, p.137

[6] WHITE, E. G. “A Igreja Remanescente”. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2010. P. 53-54.

LOUVOR E MÚSICA CRISTÃJAEL ENEAS

NA PESSOA DE NOSSO SUBSTITUTO



Então, Pilatos O entregou para ser crucificado. João 19:16


A justiça divina foi satisfeita na pessoa de nosso substituto. Tal princípio provê a chave que abre a compreensão para o mistério que cerca aquelas passagens relacionadas à morte de Cristo. De fato, Sua paixão seria inexplicável sem essa chave explanatória. Sem esse princípio interpretativo, a morte de Jesus não seria apenas um absurdo, mas uma monstruosa injustiça.


Por que seria torturado e condenado o inocente Filho de Deus? No jardim do Getsêmani, Ele diz aos guardas: "Deixai ir estes" (Jo 18:8). Com isso, Jesus indica que é Ele que deve ser preso. Por quê? Da mesma forma, no julgamento perante o Sinédrio, quando a sentença condenatória é passada, acusado de blasfêmia, Ele guarda silêncio (ver Mt 26:63). Jesus não argumenta, nunca tenta Se defender. Veja-O perante Pilatos: Ele não responde às acusações. Cinco vezes, contudo, Pilatos, confuso, pronuncia que Jesus é "inocente", "justo" ou "sem culpa". Mas, ainda assim, Ele é condenado à morte. Como entender tal contradição? Nenhum tribunal com um mínimo senso de justiça validaria tal sentença.


Há apenas uma explicação: Jesus é ao mesmo tempo justo e culpado. Como Deus encarnado, Ele é absolutamente inocente das acusações que Lhe são atribuídas. Ao mesmo tempo, como substituto dos pecadores, Ele é aos olhos de Deus culpado de todas essas acusações. Em Si mesmo, Ele é inocente, mas culpado como nosso substituto. Jesus assume nosso lugar de modo consciente. Assim, nós estávamos lá em Suas cadeias. Perante o trono da justiça divina, nós merecíamos tal condenação. Nós, eu e você, éramos os verdadeiros culpados dos crimes atribuídos a Ele: rebelião, insurreição, blasfêmia, sedição. Mas, como nosso substituto, Ele diz: "Deixai ir estes." Ele não diz: "Deixai-Me ir." Você entende? Como nosso representante, tudo o que Lhe é atribuído é verdade. Então a sentença de morte contra Ele, afinal, não é injusta, porque aquela era nossa sentença.


Olhando para a cruz, ao vê-Lo despido, em vergonha e humilhado, podemos perguntar: "Quem é esse?" Você pode ser tentado a responder: "Esse é o Filho de Deus." Errado. Esse é você e também sou eu na pessoa de nosso representante. Como nosso substituto, a Ele é imputada a culpa de todos os crimes, traições, de todos os desvios que você possa imaginar – de todos, em todos os tempos.

sábado, 12 de abril de 2014

Jovens de Pernambuco levam sofá às ruas para enfatizar descanso semanal



Caruaru, PE… [ASN] Quem passou por cidades do Agreste e Sertão de Pernambuco na manhã do último sábado, 5 de abril, encontrou uma cena inusitada: jovens colocaram um sofá na calçada do centro das cidades e convidaram os moradores para um descanso com direito a lanche. Tudo gratuito. Os pedestres que aceitaram o convite também conheceram trechos da Bíblia que enfatizam a guarda do sábado e refletiram sobre a importância de reservar um dia na semana para o descanso.

No Agreste, um dos locais que recebeu o “sofá do descanso” foi a Feira do Artesanato de Caruaru, um dos pontos mais conhecidos de Pernambuco. Diariamente, o local recebe milhares de visitantes que buscam mercadorias com a melhor oferta de preço. O sábado na Feira de Caruaru foi ensolarado e com temperatura por volta dos 35 graus. Foi neste dia de agitação, enquanto andava pela feira, que o encanador Cleiton Santos e dois amigos avistaram um sofá embaixo de uma árvore, com jovens por perto fazendo um convite.


O trio achou a iniciativa curiosa e, por isso, aceitou o convite para sentar, tomar um suco gelado, ouvir alguns versos da Bíblia e orar. “Ver um sofá assim no meio da rua surpreende qualquer pessoa. Gostei de parar aqui e de conhecer essa mensagem. Isso abriu a minha mente e me fez ver que eu tenho que parar um pouco para Deus”, reconheceu Cleiton depois de ouvir versículos da Bíblia que falam sobre o descanso semanal.

Aproximadamente cem pessoas passaram pelo sofá do descanso em Caruaru. De acordo com a estudante Késsia Rebeca, a ideia foi mostrar a importância de incluir um momento de pausa na rotina. “O sofá foi uma forma de demonstrar às pessoas que elas não precisam trabalhar sem parar e que Deus tem um propósito na vida delas”, comentou a estudante.

Seja o sermão
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Ação foi realizada em Caruaru na maior feira livre da América


A iniciativa do sofá do descanso faz parte da campanha Be The Sermon, que em português significa Seja o Sermão. O projeto começou este ano e é realizado por jovens adventistas de todas as cidades do Agreste e Sertão de Pernambuco. De acordo com o pastor Denill Morais, líder dos jovens adventistas para esta região do Estado, o objetivo é colocar os ensinamentos bíblicos em prática.

“O propósito é levar nossa juventude a não somente ouvir ou realizar bons sermões, mas a viver aquilo que se prega e se acredita. Queremos mostrar ao mundo que o melhor sermão que existe não é o falado, e sim o vivido”, explica Morais. Entre as iniciativas do Be The Sermon se destacam a realização de reuniões semanais de estudo da Bíblia; evangelização de amigos; visitas a hospitais, orfanatos e asilos e execução de projetos de doação de sangue, como o Vida por Vidas. [Equipe ASN, Fernanda Beatriz]

Mais de 1.500 jovens são mobilizados para evangelizar nas redes sociais

Curitiba, PR… [ASN] Eles curtem, compartilham e comentam uma infinidade de assuntos quase a todo o minuto. É pelas redes sociais que bilhões de usuários de redes virtuais de relacionamento, como o Facebook, se expressam e se informam sobre o que acontece no mundo. Por isso, na tarde do último sábado, 5 de abril, a igreja adventista central de Curitiba recebeu mais de 1.500 jovens que aceitaram o desafio de compartilhar Jesus pela web.

Nos últimos anos, o Brasil vem ganhando cada vez mais notoriedade em plataformas como o Facebook, passando a ocupar a segunda posição entre os países com mais acessos diários à ferramenta e a terceira em número de usuários – já são mais de 75 milhões, situando-se abaixo apenas da Índia e dos Estados Unidos nesse ranking. Nesse contexto, as redes sociais tornam-se um meio potencial para falar de esperança.

“O projeto Facebukeros Brasil tem a cara do jovem que gosta de estar conectado e usa as redes com postagens construtivas. Essa é uma campanha evangelística intencional em que cada internauta é desafiado a dedicar apenas seis minutos do dia para compartilhar com os amigos alguns vídeos do pastor Luís Gonçalves”, explica o pastor Elmar Borges, organizador do evento e idealizador da versão brasileira da iniciativa que nasceu em Guayaquil, uma das cidades mais populosas do Equador. “Se cada jovem marcar nas postagens pelo menos dez amigos, teremos influenciado mais de 10.000 pessoas ao final dessa campanha.”
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Pastor Elmar Borges explica que o projeto tem a proposta de trabalhar o evangelismo intencional


O projeto contempla duas etapas. A primeira, que vai de 6 de abril a 3 de maio, propõe o compartilhamento de vídeos de até três minutos do evangelista da Igreja Adventista para a América do Sul. Já a segunda, que acontece de 4 a 10 de maio, consistirá em uma semana de evangelismo presencial, coordenada por Luís Gonçalves na capital paranaense. A ideia é que a primeira fase funcione como um convite para a etapa complementar.

“Será uma forma de preparar e convidar os amigos de Curitiba para esse grande encontro com Jesus. Vamos usar a rede social para despertar o interesse dos internautas e depois termos o contato pessoal com o estudo da Bíblia”, ressalta Borges.

Jovens conectados

A programação, que reuniu jovens tanto da capital quanto do interior do Estado, contou com a participação musical do Curitiba Coral, da igreja central de Curitiba, e do Tabernaculus Coral, da congregação adventista do bairro Juvevê, além do cantor Leonardo Gonçalves, que apelou aos jovens quanto ao uso consciente das redes.

“Para o jovem ser um cristão na vida virtual, antes é preciso ser um cristão na vida real. Não deixe de estar ligado à Palavra de Deus. Assim, nosso Facebook também será um meio de evangelismo”, aconselhou o cantor.

Entre os palestrantes do evento, o líder de comunicação da Igreja Adventista para oito países da América do Sul, pastor Rafael Rossi, destacou que os cristãos não podem levar um estilo de vida na rede social e ser totalmente o oposto na vida real, mas é preciso haver uma conexão.

“A bandeira que eu levanto no meu Facebook, Twitter ou Instagram precisa ser algo relevante e que venha acrescentar na vida das pessoas. Pois, se não buscarmos a Deus na vida real, em vão serão nossas postagens. Hoje eu desafio a cada ‘facebukero’ a entregar sua rede social para Jesus e participar dessa campanha. Os resultados serão surpreendentes aqui na Terra e na eternidade”, ressaltou.

Evangelismo na rede
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Campanha quer mobilizar mais de 10 mil internautas para evento que acontece em maio com o pastor Luís Gonçalves


Um dos participantes do programa foi o auxiliar de produção Fernando Almeida, 19 anos, que veio do município de Imbituva, situado a aproximadamente 175 quilômetros de Curitiba. Ele diz que, apesar de a distância o impedir de participar da segunda fase do projeto, não vai deixar de compartilhar os vídeos.

“Gostei muito desse projeto e já estou aqui com a minha lista dos dez amigos que vou marcar nas minhas publicações dos vídeos. De alguma maneira vamos nos organizar lá na igreja de Imbituva para também fazer uma Semana de Oração e aproveitar o efeito que os vídeos vão fazer em nossos amigos”, afirma o jovem.

Para participar da campanha Facebukeros acesse o link facebook.com/facebukeros.brasil e compartilhe os materiais. [Equipe ASN, Mairon Hothon e Jéssica Guidolin/Fotos: Márcio Tonetti].

Ações em Colégios Adventistas valorizam a escolha por alimentos saudáveis



São José dos Campos, SP…[ASN] O sinal anuncia que chegou a hora do recreio no Colégio Adventista de São José dos Campos, SP. As lancheiras de diferentes cores e formatos se abrem. O conteúdo delas é ainda mais diversificado. A composição de refrigerantes e biscoitos de algumas contrasta com a de frutas e sucos de outras.

O que vai na lancheira de cada aluno demonstra não só a preferência alimentar, mas pode revelar a rotina alimentar dele. Com o intuito de orientar os alunos a escolherem alimentos saudáveis para montar a lancheira, as Escolas Adventistas da região do Vale do Paraíba, no interior paulista, desenvolveram o projetoLancheira 5 ao dia. Nele, durante uma semana, uma equipe de nutricionistas orientam os alunos a escolherem pelo menos cinco cores de alimentos saudáveis diariamente.




5 ao dia

O projeto de reeducação alimentar é desenvolvido há três anos na rede de Ensino Adventista da região. Cada ano, a campanha 5 ao dia enfoca um aspecto diferente. Nos dois anos anteriores, o projeto destacou a importância de comer cinco alimentos de cores diferentes diariamente e os incentivou a colocar isso em prática. Este ano, a ênfase é no momento do preparo da lancheira.


Foi montada uma mini-feira de saúde com diferentes dinâmicas para conscientizar os alunos

“A escola é o ambiente ideal para o desenvolvimento de novos hábitos. Muitos alunos estão acostumados a comer coisas ruins para a saúde. Com esse projeto, temos a oportunidade de despertar não só os alunos, como também os pais para reverter esses costumes que prejudicam a saúde”, destaca Milene Launes, nutricionista para a rede de Educação Adventista na região do Vale do Paraíba.

Para orientar os familiares, este ano foi produzido um informativo sobre hábitos alimentares saudáveis. No impresso, há uma série de receitas que foram apresentadas pelos alunos em um concurso que envolveu as nove escolas da região. “As melhores receitas foram divulgadas na revista que entregamos aos pais. Além de reforçarmos em casa o que falamos na escola, orientar os pais aumenta o nosso alcance e também a relevância da educação adventista na sociedade”, opina Milene.

Resultados

A mudança de costumes alimentares ocorre não só na hora de escolher o que comer no período do recreio escolar. Douglas Galli, 7 anos, conta que não passa uma refeição sem comer uma fruta como sobremesa. “A fruta que eu mais gosto é a banana”, afirma.

Além da orientação sobre bons hábitos alimentares, é feito um acompanhamento nutricional dos alunos. Ao passar pela avaliação do ano passado, Matheus Albuquerque, x anos, foi encaminhado para fazer uma série de consultas com nutricionistas. “Nas consultas mensais, Matheus aprendeu a importância de beber água, consumir frutas e evitar guloseimas em horários impróprios. Recebemos cardápios com preparações saudáveis e o melhor, ele cresceu e não engordou”, relata Ester Albuquerque, mãe do aluno. Segundo ela, o sucesso do projeto está na forma em que o aluno é informado e conscientizado em relação aos bons hábitos alimentares. [Equipe ASN, Lucas Rocha]

JESUS, O SENHOR DA VIDA



Fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais [...]. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em Seu nome. João 20:30, 31


Cada evangelho teve uma audiência primária específica. Em grande medida, isso determinou seu conteúdo. Mateus escreveu para judeus; Marcos, para romanos; Lucas, para grupos de gregos convertidos à fé cristã. João foi escrito, no fim do 1º século, para a igreja. Destinava-se a uma geração de cristãos que não haviam conhecido a Cristo. Cristãos que estavam se perguntando: Quem é Jesus Cristo? O texto de hoje indica o propósito desse evangelho. João está dividido em duas partes. Na primeira seção, capítulos 1 a 12, o evangelho trata dos atos de Jesus. João não usa a palavra "milagre". O que Jesus realiza são "sinais". Os sinais são como parábolas que apontam para uma realidade além de si mesmas. Os sinais em João suscitam a pergunta: Quem pode realizar obras assim? E sugere a resposta: Apenas Deus!


João registra sete sinais. Todos eles com características exclusivas desse evangelho. No primeiro, Jesus transforma água em vinho (2:1-12), o que trata da questão da qualidade. O segundo sinal é a cura do filho de um oficial do rei, que estava a uma distância acima de 32 quilômetros (4:43-54).


Distância não é problema para Ele. O terceiro é a cura do paralítico de Betesda (5:1-8), inválido por 38 anos. Tempo não está fora de Seu poder e controle. O quarto sinal (6:1-13) é a multiplicação de pães para uma grande multidão. Quantidade não é obstáculo para o Senhor. No quinto sinal, Jesus anda sobre o mar (6:16-21). Forças naturais Lhe obedecem. Depois Ele cura um cego de nascença (9:1-11). Este sinal tem que ver com o acaso.


Ele é superior às forças cegas e perplexidades da vida. Finalmente, é descrita a ressurreição de Lázaro (11:17-44). Jesus Cristo é maior que a morte. Leia o contexto desses casos. Observe que João intensifica a dimensão do problema para enaltecer Aquele que é a solução. Lázaro, por exemplo, não apenas estava morto; ele já estava em decomposição.


Tais sinais cobrem todas as áreas da vida. Você está buscando qualidade? Ele é a resposta. Seu problema tem que ver com distância, tempo, quantidade, forças naturais, acaso ou a própria morte? Jesus Cristo veio a nós e entrou em nossa história para dar sentido a nossa existência. Creia e tenha vida em Seu nome!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

VOCÊ E O DINHEIRO



Ao Senhor pertence a Terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam. Salmo 24:1


Deus provê para cada pessoa dois elementos básicos: tempo e talentos. Esta é a estrutura da vida. O tempo é igual para todos. Os talentos são diferentes de pessoa para pessoa. O dinheiro, em grande medida, é o resultado da combinação do tempo e do talento. Tempo e talento não podem ser acumulados, mas juntos podem produzir algo que pode: o dinheiro. Assim, de maneira real, o dinheiro representa parte do tempo e do talento utilizados para adquiri-lo. O desperdício do dinheiro, além de ser desperdício do talento e do tempo, é o desperdício da própria vida.


O plano de Deus para nos libertar da atração fatal do dinheiro é ensinar-nos a não permitir que aquilo que possuímos venha a nos possuir. Quando falamos dos planos de Deus para a vida, devemos lembrar que eles não podem ser entendidos pelo homem natural (2Co 2:14). Tais planos não lhe parecem razoáveis porque (1) o homem é criatura finita e não pode entender plenamente os caminhos de Deus; e (2) Deus veste Seus planos em mistério e não os revela em todos os detalhes para que desenvolvamos um relacionamento de fé com Ele.


Nas Escrituras, aprendemos que os dízimos pertencem ao Senhor (Ml 3:8-10). Por meio da devolução sistemática e fiel daquilo que Ele separou como um símbolo, Ele nos ensina os princípios básicos de Seu reino:


Submissão: "Não só de pão viverá o homem" (Mt 4:4).


Dependência: "Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino" (Mt 6:33).


Obediência: "Dai [...] a Deus o que é de Deus" (Mt 22:21).


Prioridade: "Onde está o teu tesouro [...]" (Mt 6:21).


Lealdade: "Não podeis servir a Deus e às riquezas" (Mt 6:24).


Confiança: "Não andeis ansiosos" (Mt 6:25).


Compromisso: "Fazei discípulos de todas as nações" (Mt 28:19).


O dízimo é baseado em convicção teológica. Sem a doutrina da criação, ele não tem fundamento sólido. O dízimo pode parecer um absurdo lógico. Em última instância, ele representa a rejeição do egoísmo e a libertação da tirania das coisas. Porque pertence ao Senhor, Ele é santo, como o sábado. Porque Jesus só menciona o dízimo uma única vez (Mt 23:23), alguns sugerem que lhe falta base no Novo Testamento. Jesus mencionou a necessidade da conversão, também, apenas uma vez (Jo 3:3), e ninguém contestaria o imperativo dela com base na estatística.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

QUEM EU SERIA SE PUDESSE SER



Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele. 1 João 3:2


Quem Eu Seria se Pudesse Ser é o curioso título de um livro que vi na vitrine de exposição na Fundação Síndrome de Down, em Campinas, onde levamos nosso filho Mike para algumas de suas terapias. O livro, que adquiri posteriormente, trata da "viagem imperfeita" e das fronteiras, muitas delas insuperáveis, de pessoas limitadas por alguma disfunção intelectual.


Desde o nascimento de nosso filho com a Síndrome de Down, observo seu desenvolvimento, às vezes muito lento. Muitas vezes, testemunho seu enorme desejo de aprender. Observamos seu incansável trabalho em encher cadernos e mais cadernos, copiando exercícios que ele não entende, ou simplesmente escrevendo seus pequenos arabescos, em sua formidável tentativa de acompanhar as outras crianças. Pergunto-me, em algumas ocasiões: Quem seria ele, não fosse sua enorme limitação? Em casa, temos sido abençoados pelo Mike. Seu jeito de anjo, sua inocência, sua bondade, seus comentários ingênuos e sua forma de ver as coisas nos surpreendem de diversas maneiras. Temos com ele uma regra muito clara: para um ser limitado, amor ilimitado.


Por outro lado, todos nós tornamo-nos disfuncionais em relação ao plano original de Deus. Ao nascer, Mike foi diagnosticado como portador da "trissomia vinte um". Em linguagem simplificada, podemos dizer que isso afeta cada célula de seu corpo. Assim somos nós, completamente afetados em cada "célula" de nossa estrutura espiritual. Nosso desenvolvimento em viver a vontade de Deus é muitas vezes lento e reticente. Por vezes, quase desanimador. Mas Jesus é um grande otimista!


Lembre-se, Deus também tem uma regra imutável em relação às nossas debilidades: amor e paciência ilimitados. Se não desanimarmos e permitirmos que Deus atue, Ele aperfeiçoará a boa obra que iniciou em nós (ver Fp 1:6).


Sua graça finalmente triunfará suprema, e seremos afinal aquilo que Ele projetou. O texto de hoje sugere um contraste entre o que é conhecido e aquilo que vamos ser. Somos agora "filhos de Deus", mas o pleno significado disso ainda está no futuro. Ainda aguardamos a revelação daquilo que seremos em nosso estado final: "Transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem" (2Co 3:18).

terça-feira, 8 de abril de 2014

NOÉ, MUITO ALÉM DE UM FILME



Nada contra a iniciativa de produzir um filme com a história de Noé. Considero uma ideia interessante e que tem seus nobres objetivos. Mas, como quase tudo o que diz respeito à Bíblia hoje em dia, está gerando polêmica. Há os que consideram o conteúdo da película uma afronta ao texto bíblico original e outros que já aclamam o material por sua adaptação. Como eu não vi o filme ainda, quero pensar um pouco além dessas questões.

Filme comercial é e sempre será um filme. O que quero dizer com isso? Que para vender e conseguir audiência esse tipo de produto precisa apresentar elementos capazes de prender a atenção de quem vai, por exemplo, a um cinema e paga para assistir a uma sessão. É a lógica comercial há décadas em vigor e que funciona hoje plenamente. Digo isso para que ninguém se iluda ou espere que uma produção de aproximadamente 125 milhões de dólares, com nítido interesse em ser um sucesso na escola holywoodiana, tenha sido pensada para outra finalidade a não ser dar lucro. Diretor, produtores, distribuidores, todos unidos para que o filme venda.

Mas e o conteúdo? Bem, certamente levará em conta essa lógica comercial e não a opinião necessariamente de quem lê a Bíblia em casa há anos e já meditou nos capítulos de Gênesis que narram a trajetória do patriarca orientado por Deus para construir uma arca antes do dilúvio anunciado para destruir o mundo da época.

Minha reação diante de um filme como esse é a de senso de oportunidade. A produção não reflete exatamente o que talvez eu pense acerca da biografia de Noé? Pois bem, então diante disso uma dica que dou é a de ler o que o texto bíblico deixou registrado, debruçar-me sobre outros livros de comentaristas e tirar minhas próprias conclusões. Isso se chama pensar. O filme foi feito sobretudo para entretenimento, mas se eu quero profundidade de conhecimento tenho livros para me auxiliar. Preciso sair da crítica ao trabalho cinematográfico e criar eu mesmo minha concepção sobre o assunto.

Minha fé não precisa ser abalada sobre o que aprendi acerca de Noé. Sabe por quê? Porque não li apenas os quatro ou cinco capítulos referentes a sua vida para ter saciada minha curiosidade ou para ter argumento a fim de discutir nas redes sociais com amigos ou desconhecidos. Li para que eu mesmo fosse edificado espiritualmente.

Eu precisava entender que somente um homem muito bem relacionado com Deus poderia ouvir tão nitidamente Sua voz a ponto de aceitar fazer um barco gigante em um lugar onde nunca havia chovido torrencialmente.

Eu tinha de absorver por mim mesmo o conceito de que os habitantes da terra nos dias de Noé representavam os que desprezam os ensinos de Deus e não confiam no Seu amor a ponto de preferir morrer afogados a entrar em uma arca cheia de animais e até insalubre, mas vivos.
Eu precisava pessoalmente dessas palavras alentadoras e dessa narrativa fantástica.

Quem sabe compreendi melhor que os sonhos de um pai para seus filhos podem ser muitas vezes frustrados diante das escolhas que eles fazem apesar de todo o carinho e consideração demonstrados. Que o diga Cão!
Enfim, Noé fora do filme, sem a interpretação de Russel Crowe, sem maquiagem, sem cenário, sem figurantes, sem luzes especialmente feitas para causar sensações, sempre será para mim o Noé de fé, perseverança, humildade e lealdade ao Deus invisível e que se fez presente de maneira significativa na vida dele.

Se alguém não crê na história da Bíblia e vê tudo como mito e Noé apenas como ícone a ser explorado por outros ângulos, tudo bem. Respeito. Mas eu quero tirar vantagem de saber que as atitudes dele, o jeito como ele reagiu diante do pedido inusitado do Senhor e sua conduta me ensinam lições valiosas.

Muito se falará sobre o filme, suas especificadades técnicas, a performance dos atores e todos os comentários associados. Mas sugiro que você se aprofunde em Noé, um homem visionário segundo a vontade divina. Será, também, um incrível espetáculo pessoal.

REALIDADE EM FOCOFELIPE LEMOS
Jornalista, especialista em marketing, autor de crônicas e artigos diversos - gerente da Assessoria de Comunicação da sede sul-americana adventista. Twitter: @felipelemos29 Blog: www.felipelemos.com

O MELHOR REMÉDIO PARA O ESTRESSE



Quem não está estressado hoje em dia? E o pior é que essa doença do momento ainda pode aumentar o risco de outras enfermidades como diabetes, pressão alta e ataques cardíacos. Muitos pesquisadores têm estudado o estresse, suas consequências e, principalmente, como neutralizá-lo. As teorias são muitas e há várias maneiras de ajudar as pessoas que estão sofrendo desse mal.

Um método que tem sido reconhecido como eficaz é prestar ajuda a outros. Um estudo realizado há mais de dez anos comprovou que indivíduos que assistiam um vídeo sobre Madre Teresa e seu trabalho entre os leprosos de Calcutá, na Índia, tinham melhor ação de seu sistema imunitário quando comparados com outro grupo que assistia filmes da segunda guerra mundial. O provável mecanismo funciona da seguinte forma: aqueles que observam o serviço missionário de alguém sentem um benefício mental que provoca uma reação que afeta o eixo hipotálamo-pituitária-medula adrenal (HPA Axis) diminuindo a secreção de cortisol e outros hormônios do estresse, os quais bloqueiam a ação do sistema imunitário. Em simples detalhes, assistir a vídeos com pessoas realizando serviço a outros produz alto relaxamento mental, ativa o eixo HPA, bloqueia os hormônios do estresse e ativa a ação do sistema imunitário.

Outro estudo mais recente confirmou o fato de que o auxílio ao próximo é benéfico contra o estresse. O estudo comparou pessoas que prestavam algum tipo de ajuda significante a outras pessoas durante o período de uma semana. Ao serem avaliadas as escalas de estresse, aqueles que praticavam mais serviço tinham menor nível de estresse.
O que ocorre é que muitas vezes estamos muito concentrados em nossos problemas durante o dia e a noite. Nossa autopreocupação se torna uma prioridade e não podemos conceber que haja outras pessoas que possam ter mais problemas que nós. Ao prestarmos auxílio a outras pessoas e ao focarmos nossa mente em ajudar alguém em necessidade, duas coisas acontecem. Primeiro tiramos o foco de nós mesmos e por algum tempo concentramos a atenção em algo diferente. Esta distração é benéfica para o controle do estresse.
Em segundo lugar, e que talvez seja mais importante, é observar que não somos apenas nós que temos problemas; todos têm problemas e, com frequência, piores que os nossos. Esta nova forma de ver a vida produz relaxamento e um senso de universalidade, ou seja, não sou apenas eu que tenho problemas ou “bem-vindo ao planeta Terra”.
Você comprou a ideia? Muito bem, se quiser, faça uma experiência. Faça um plano de ajudar alguém pelo menos uma vez por dia. Isto requer atenção, você terá que se comunicar com as pessoas, vizinhos, amigos, parentes, colegas de escola ou de trabalho, e perguntar a eles se eles necessitam de alguma ajuda – isto se, naturalmente, você não detectar alguém em necessidade durante o dia.
Faça o teste durante uma semana, e me conte o resultado. Eu vou fazer o mesmo!

Quem não está estressado hoje em dia? E o pior é que essa doença do momento ainda pode aumentar o risco de outras enfermidades como diabetes, pressão alta e ataques cardíacos. Muitos pesquisadores têm estudado o estresse, suas consequências e, principalmente, como neutralizá-lo. As teorias são muitas e há várias maneiras de ajudar as pessoas que estão sofrendo desse mal.

Um método que tem sido reconhecido como eficaz é prestar ajuda a outros. Um estudo realizado há mais de dez anos comprovou que indivíduos que assistiam um vídeo sobre Madre Teresa e seu trabalho entre os leprosos de Calcutá, na Índia, tinham melhor ação de seu sistema imunitário quando comparados com outro grupo que assistia filmes da segunda guerra mundial. O provável mecanismo funciona da seguinte forma: aqueles que observam o serviço missionário de alguém sentem um benefício mental que provoca uma reação que afeta o eixo hipotálamo-pituitária-medula adrenal (HPA Axis) diminuindo a secreção de cortisol e outros hormônios do estresse, os quais bloqueiam a ação do sistema imunitário. Em simples detalhes, assistir a vídeos com pessoas realizando serviço a outros produz alto relaxamento mental, ativa o eixo HPA, bloqueia os hormônios do estresse e ativa a ação do sistema imunitário.

Outro estudo mais recente confirmou o fato de que o auxílio ao próximo é benéfico contra o estresse. O estudo comparou pessoas que prestavam algum tipo de ajuda significante a outras pessoas durante o período de uma semana. Ao serem avaliadas as escalas de estresse, aqueles que praticavam mais serviço tinham menor nível de estresse.

O que ocorre é que muitas vezes estamos muito concentrados em nossos problemas durante o dia e a noite. Nossa autopreocupação se torna uma prioridade e não podemos conceber que haja outras pessoas que possam ter mais problemas que nós. Ao prestarmos auxílio a outras pessoas e ao focarmos nossa mente em ajudar alguém em necessidade, duas coisas acontecem. Primeiro tiramos o foco de nós mesmos e por algum tempo concentramos a atenção em algo diferente. Esta distração é benéfica para o controle do estresse.

Em segundo lugar, e que talvez seja mais importante, é observar que não somos apenas nós que temos problemas; todos têm problemas e, com frequência, piores que os nossos. Esta nova forma de ver a vida produz relaxamento e um senso de universalidade, ou seja, não sou apenas eu que tenho problemas ou “bem-vindo ao planeta Terra”.

Você comprou a ideia? Muito bem, se quiser, faça uma experiência. Faça um plano de ajudar alguém pelo menos uma vez por dia. Isto requer atenção, você terá que se comunicar com as pessoas, vizinhos, amigos, parentes, colegas de escola ou de trabalho, e perguntar a eles se eles necessitam de alguma ajuda – isto se, naturalmente, você não detectar alguém em necessidade durante o dia.
Faça o teste durante uma semana, e me conte o resultado. Eu vou fazer o mesmo!

SAÚDE E ESPIRITUALIDADEHILDEMAR SANTOSMédico e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Loma Linda, nos Estados Unidos