sábado, 19 de abril de 2014

SEU LUGAR JUNTO À CRUZ



E obrigaram a Simão Cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-Lhe a cruz. Marcos 15:21


Os dias de Sua popularidade estavam no passado. Depois da ceia naquela quinta-feira, Jesus começa a sentir a intensidade e o peso do pecado, como substituto do homem culpado. No Getsêmani, Ele antecipa os horrores da segunda morte. Grossas gotas de sangue brotam dos poros, em resultado da extrema angústia. Sua convulsão é testemunhada apenas pelo silêncio das velhas oliveiras. Sua hora chegou! Preso, é submetido a cinco julgamentos irregulares, sob acusações ridículas. A essa altura, Jesus já deveria estar em estado crítico: sem alimento, água, em pé por muitas horas, esbofeteado, açoitado, coroado de espinhos. Finalmente, colocam sobre Ele a cruz (Jo 19:17), pelo menos a haste horizontal (patibulum), com um peso que podia variar de 15 a 30 quilos. Isso se prova muito para ele.
A caminho do Calvário, grandemente enfraquecido, a pele e os músculos dos ombros dilacerados, Jesus cai. A multidão O aperta.

Nenhuma fisionomia amiga. Os discípulos haviam fugido. Deus abandonado por Deus! Um homem que passa, talvez parando por curiosidade para ver a causa da comoção, é subjugado por mãos rudes e obrigado a tomar a cruz. Qual teria sido a reação inicial de Simão? Seu olhar se cruza com o olhar do Condenado. Simão observa melhor Seu semblante pálido, hematomas nos olhos, lábios inchados, fios de sangue ressecado marcando Sua face. No Homem, há algo que prende sua atenção. Ellen White sugere que Jesus nunca parecera tão belo, com a dignidade de um rei no trono.


Simão ligou-se ao drama do Universo no momento em que as portas do Céu se fecharam, impedindo que os anjos interviessem em missão de socorro. Quem era o homem ao lado de Cristo? Um judeu da diáspora, um prosélito que fora a Jerusalém para a Páscoa, como tantos outros (At 2:10)? Qual a impressão final do Calvário sobre ele, que inicialmente era apenas um curioso? Certamente o Espírito Santo lhe iluminou a alma. Seu testemunho alcançou depois a família. Por que haveria Marcos de mencionar seus filhos, Alexandre e Rufo, não fossem eles conhecidos na igreja de Roma, como indicado em Romanos 16:13? A história de Simão é representativa. Ela é um convite para nossa identificação com a cruz. Depois disso, nunca mais seremos os mesmos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário